Os ratos comeram os homens e morreram todos envenenados

01/07/09 - Sobe o pano. Ninguém sabia o que Evânia faria na aula. Agora todos sabem.

Primeiro ela vez alongamento, aquescimento com o pega gato e rato em duplas, o que rendeu muitas risadas e uma queda linda de Juju no chão.

Depois nos divulgou as notas... uiuiui... Bem, a maioria passou, mas quem não passou por nota tem que apresentar um seminário para a semana e quem não passou por falta tem que fazer a análise de dois espetáculos da cidade e trazer e entregar, quem não passou pelos dois faz os dois. Bonitinho, não é.

Num segundo momento lemos outro texto de Brecht, O Mendigo ou o Cão Morto, ou como Evânia batizou a partir de uma frase célebre do texto "os ratos comeram os homens e morreram todos envenenados" legal, não é?

O texto é muito bom, também me pegou, fiquei com vontade de interpretar. Trata de um rei que se depara com um mendingo cego e se depara com a própria cegueira intelectual. Faz você refletir sobre milhões de coisas, sobre o que é mais importante: a vitória de um rei ou o almoço de um faminto?

Nós lemos o texto e depois o matraca fez um ensaio do texto para a gente ver. Muito bacana o trabalho deles, dialogam principalmente, pela leitura que fiz, com a dialética e o teatro pobre. Todos muito gostosos de se ver em cena - Lele, Ju Garrafinha, Viva, Maurício e Catarina. Depois de o assistirmos começamos a conversar sobre o texto. Tivemos vários 'vran' no debate - começamos com a questão da cegueira do mendigo não estar pronta, queríamos saber se era proposta ou não foi feito ainda; não foi feito, mas será, a idéia é que ele seja cego - Depois partimos para a questão do humor no texto, do riso que te puxa metade da boca e te faz pensar "porra, tô rindo disso?" não porque é ruim, mas é porque é trágico, não deveria ser tão engraçado...

O texto tem reflexões muito boas, como a dos ratos, a de Napoleão - que não era um rei, mas um marinheiro de cabeça excepcionalmente grande... Enfim.

Depois eu puxei a discussão para o trabalho de ator. Como o texto é interpretado por vários atores nos mesmos papéis, puxei uma discussão sobre como esse rei seria o mesmo rei nas três personagens, mesmo que em momentos diferentes.

Não é bem uma solução, mas eu senti uma vontade estética de ver algo que relacionasse os reis. É claro que é o mesmo rei, mas são personagens diferentes do mesmo rei. Enfim, uma confusão. Claro, eles só tiveram dois ensaios, por isso que não houve a afinação da personagem do rei, com o tempo isso virá com naturalidade. Chatice minha mesmo.

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