Distanciamento

10/06/09 - Sobe o pano. Deveríamos ter a apresentação dos seminários de Brecht e Boal hoje, mas devido ao tempo excessivamente curto e os outros compromissos de todo mundo, adiamos todos os seminários para semana que vem.

Hoje fizemos um exercício em cima da função do distanciamento. A turma foi dividida em quatro duplas - Vila e Bianca, Ju e Tiago, Paula e Garrel, Dolores e Mauro e Thaysa e Noronha, eu fiquei de Narrador e a história se chamou "para todo o sempre". A primeira dupla casava na maior felicidade, a segunda representava o casal, um ano depois, distantes, indiferentes; a terceira representava o casal dois anos depois, brigando, culminando com violência física; o terceiro era um 'à parte' onde cada ator falava o que pensava do outro antes do casamento; e a última dupla mostrava a mecanização da desgraça desse casal. Entre cada dupla eu fazia uns comentários débeis que não tinham nada a ver com a verdade, no melhor estilo do speaker, de 'Álbum de Família'.

Infelizmente não tivemos público, fizemos para Evânia e Guil. Através do exercício Evânia buscou nos mostrar que o distanciamento não é uma coisa estranha, mas um recurso estético que busca quebrar o involvimento do público com a cena nos momentos de clímax para que ele pense, para que ele reflita. Tão simples e tão complicado, não é?

Muito interessante o recurso usado por Thaysa e Noronha para mostrar a mecanização, rodando em volta de si mesmos e repetindo os mesmos tristes périplos. Lembrei do teatro pobre ao ver aquilo, como um ator sozinho, com coisas simplíssimas, faz o tempo avançar e retrosceder diante de nossos olhos.

Ficou curtinho essa, mas vai assim mesmo.

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