Claro!

03/06/09 - Sobe o pano. Dia da última etapa do trabalho dos diretores, o texto foi "Claro" de David Ives. Mas antes dele ouvimos músicas de Chico Buarque e lemos poemas sobre a época da ditadura e os movimentos artísticos contra a censura. Temas de nossos próximos trabalhos.

Não pudemos muito assistir uns aos dos outros, porque fizemos tudo de uma só vez, entretanto posso falar um pouco sobre o que percebi enquanto atuava (sim, enquanto atuava fiquei olhando para ver o trabalho dos outros, não tenho ética nenhuma) e sobre as discussões depois da cena.

O texto, a título de introdução, narra a história de um casal que vai errando e voltando no texto até conseguirem um final feliz.

Começaremos por Ju, que dirigiu Tathy e Jailton. Noronha como sempre muito bom, com um tempo excelente de comédia, fez um namorado machão. Na discussão se valou que às vezes a relação tempo x qualidade não é diretamente proporcional, outros fatores podem ser levados em conta, ainda que quanto mais tempo maior a qualidade, muito tempo não significa necessariamente qualidade. No caso de Ju, mesmo com poucos ensaios a cena ficou boa. Isso porque a diretora não foi pretensiosa e ao assumir todos os encalques do processo, ganhou sustentabilidade na cena.

Depois Paula, que dirigiu Thaysa e Mauro. A grande pergunta de Evânia era se Paula teria o pulso para dirigir amigos, mas Thaysa e Mauro são tão generosos que mantiveram o respeito durante todo o processo. É muito interessante você calçar os seus sapatos e se entender quando ator, como ator, obediente, ainda que criativo; e quando diretor, diretor, detentor da palavra final, responsável (mais que o ator, não quero dizer que o ator não precise ser responsável) seguro.

Coisa interessante foi o momento de Paula dar a nota, ela quis se comparar com Peter Brook para decidir que número se dar. E a gente dizia "não sofra, minha filha" e ela "mas eu não tenho tanta certeza se está bom" enfim a nota que ela se deu foi baixa mas acho que Evânia vai relevar.

Biaggio me dirigiu com Bianca. Primeiro vou falar de Bianca, menina super generosa, adorei contracenar com ela. Quanto ao trabalho de Biaggio, foi o único que tentou desconstruir um pouco a cena, com umas 'esquisitices' (não são esquisitices de verdade, são proposta, ahauhauahuah). Mas no resto ele foi um ótimo diretor, nos orientado durante o caminho.

Ingrid dirigiu Doloros e Tiago, mas Tiago não pode ir à aula, e Guil, num ato de extrema coragem nos moldes de 'o show tem que continuar' assumiu o lugar de tiago com bigodes e trejeitos de homem para fazer par à Dolores. Outra coisa foi marca ousada de pegar nos seios de Dolores, que constrangiu muito Tiago durante os ensaios, o que mostra a necessidade de confiança entre as partes envolvidas no fazer teatral.

Camilla dirigiu Beto e Marcos que fizeram um par gay muito lindo. Roberto como sempre impressiona pela feminilidade bonita que ele sabe fazer, Marquinhos é mais atirado, azar. Uma coisa interessante foi Beto achar que Camilla talvez tivesse dificuldades em dirigir a cena por não identificar nele muito o tempo do humor. Quebrou a cara, Camilla fechou.

Findo o debate sobre a cenas Evânia nos avisou da última etapa de nosso curso - seminários sobre Brecht, Boal, Teatro de Arena e Oficina para as próximas semanas. Vamos ver no que vai dar.

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