Bichos de Sete Cabeças

05/05/09 - Sobe o pano. Começa a aula com a última apresentação de Vila e Thaísa, em um bonde chamado desejo. Vila prometeu que jogaria as bijouterias de Blanche em cima de André Filho. Não foi o que ele fez, mas melhorou muito, agora Vila estava mal, quase tão mal quanto Marlon Brando, quase tão mal que ele era gostoso, dominador. Thaísa manteve a qualidade do trabalho sem grandes mudanças. Vila quase gritou, isso me deixou incomodado um pouco, queria que ele tivesse gritado, pelo menos uma vez.

Depois a cena final de Beto e Guil. André atentou para a importância dos trabalhos no momento de silêncio, onde Beto deveria entrar, olhar, pensar, e não atirar o texto logo de cara. Desafios, são tudo desafios. Ingrid trouxe cores novas para a personagem e isso nos surpreendeu a todos, a fazendo mais ironica, mais ácida e mais falsa, entretanto a achei monocromática desta forma. Uma personagem deve ser uma mistura de cores, um processo monocromático deve ser muito bem pensado e calculado e creio que não caberia no que ela e Beto se propuseram a apresentar.

Depois fomos conversar de Artaud e Grotowski, os bichos de sete cabeças. Eu falei uma porrada colocando todos os grilos do momento para fora. Foi bom para externar. Depois André respondeu a minhas perguntas com perguntas, típico dele.

Então fizemos dois exercícios de "vislumbre", como ele chamou. No primeiro de olhinhos bem fechados, à la Kubric, nós andamos e tateamos a vontade, tateamos peitos, bumbuns, pe... quer dizer, rostos, peles, cabelos, enfim; a fim de explorar nosso sentimentos perdidos... E num segundo momento gritamos a vontade o que vinha na cabeça, num processo Artaudiano, mas só para desopilar mesmo. Veremos no que isso vai dar daqui a duas semanas, já que semana que vem a Fiadeiros viaja para apresentar o 'Outra vez...' em algum lugar aí, boa apresentação para eles.

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