Circo

23/4/9 - Sobe o pano. A aula começou com um aquescimento punk que já nem lembro qual foi, lembro que foi punk, no estilo de "mecham ossos imaginários e existentes até que eles parem de funcionar".

Depois fomos para os tatames. Disputamos uma corrida frenética eu, Mauro, Roberto, Vila e Marquinhos para trazer oito tatames para a sala, separá-los em duas fileiras, três azuis e um vermelho em cada e brincarmos de circo.

Superdivertido, demos cambalhotas para trás, para frente, de dupla, estrelilnhas e rimos muito, muito mesmo.

Destaque para Garrel, Dolores e todos os corajosos para se arriscar, muito mais importante que fazer certo ou errado é a coragem de correr o risco.

Depois de todo esse trabalho começaram as apresentações. Primeiro Paulinha e Thaísa falando da plasticidade de movimento proposta por tio Stan. Primeiro elas citaram os tópicos da continuidade e suavidade do movimento. Não significa que um ator não deva fazer movimentos interrompidos ou grotescos/violentos. Muito mais quer dizer que ao representar a interrupção, o grotesco e a violência o ator deve sim fazê-los com continuidade e suavidade, uma coisa é representar um ideal físico, outra coisa e inibir sua capacidade criadora com ele. Fizemos o exercício de andar e nesse exercício buscamos perceber a ligação entre todas as partes de nosso corpo, com a consciência de que nosso corpo é interligado e um movimento puxa o outro. Também fizemos o exercício do mercúrio, que não fiz muito bem porque sou metido e pus os carros na frente dos bois.

O exercício do mercúrio tem por objetivo perceber a energia que corre e torneia o corpo em compasso com o movimento. Essa mesma energia era aproveitada de outra forma no exercício que eu, Camilla e Ju propusemos para a turma - o gesto psicológico de Chekhov. O gesto, como já foi dito, é uma forma de carregar energeticamente o corpo antes da cena, despertando sentimentos, força de vontade e dando presença para o mesmo.

E exercício era uma experimentação em busca do gesto e dele tirei algumas conclusões: 1- é preciso ser mais simples no gesto, o gesto busca o que há de mais intimo, a essência, a força de vontade, o sentimento. Os gestos desenvolvidos pela turma não são falhos, entretanto se classificam, em sua maioria, nos gestos que servem o propósito de uma cena ou de uma fala. São gestos psicológicos específicos. Durante o exercício poucos conseguiram um GP (gesto psicológico) global, que abrange a essência da personagem do início ao fim da peça. Claro que essa essência mudo no decorrer da ação, mas o GP é sempre um ponto de partida, nunca um de chagada. Salvo isso eu gostei muito do desempenho da turma e me senti honrado de aplicar o exercício.

Abraço.

0 comentários: